Os Estados Unidos surpreenderam ao acusar Irlanda e Suíça de possível manipulação cambial — uma reviravolta inesperada, especialmente após o Departamento do Tesouro ter declarado, em seu primeiro relatório semestral, que nenhum dos principais parceiros comerciais do país havia manipulado sua moeda em 2024. No entanto, a chamada "lista de monitoramento", que reúne países que exigem atenção especial, foi ampliada para nove membros, com a inclusão de Irlanda e Suíça.

Enquanto isso, a China escapou do rótulo de manipuladora, apesar das pressões de desvalorização sobre o yuan. Ainda assim, o Tesouro americano foi categórico ao afirmar que Pequim “se destaca entre os principais parceiros comerciais dos EUA pela falta de transparência quanto às suas políticas e práticas cambiais”. O órgão alertou que poderá rotular a China como manipuladora no futuro, caso surjam evidências suficientes.

De acordo com o relatório, a lista atual de monitoramento inclui: China, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Singapura, Vietnã, Alemanha, Irlanda e Suíça. Para que um país seja incluído na lista, é necessário atender a pelo menos dois dos três critérios estabelecidos: superávit comercial com os EUA acima de US$ 15 bilhões, superávit em conta corrente superior a 3% do PIB e intervenções cambiais persistentes e unilaterais.

No caso da Irlanda e da Suíça, ambas foram incluídas devido aos expressivos superávits comercial e em conta corrente com os EUA. O Banco Nacional Suíço respondeu às acusações afirmando que continuará agindo conforme os interesses do país e destacou que a valorização do franco suíço tem sido útil para conter a inflação nos últimos meses.